Convento do Carmo de Beja

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/ADBJA/CCRBJA
Title type
Atribuído
Date range
1073-01-11 Date is uncertain to 1835 Date is uncertain
Dimension and support
41 liv., 9 mç., 2 cad., 1 doc.
Biography or history
Na obra "Beja: XX séculos de história de uma cidade", de Casteleiro de Goes, encontramos uma descrição dos principais momentos da história deste convento e que passamos a citar: " O que se sabe desta casa religiosa é muito pouco embora a sua história seja longa visto a sua fundação datar de 1526, do reinado de D. João III. Foi seu patrocinador o cidadão bejense, João de Brito Godins, fidalgo da Casa Real, e sobre a sua construção já escrevemos algumas linhas na página 169.

Invariavelmente referido na literatura historiográfica como um edifício sumptuoso, o convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo foi construído nas proximidades da cidade, a nor-nordeste, num morro baldio, um dos braciais do Concelho de que no século XVII ainda existiam alguns matos conhecidos par «Bracial detrás do Carmo». O edifício era protegido por uma cerca que era conhecida por «Tapada de S. Miguel» (O sítio, apesar das vistas panorâmicas para todos os quadrantes, não era muito do agrado dos frades, que «preferiram» mudar-se para a cidade. E tanto desejavam isso que, na petição feita ao rei (Filipe II), disseram ser o local muito isolado e de difícil acesso - <
A população monacal deste convento chegou a ser muito numerosa e parece que as rendas não eram avultadas porque o não conseguiram edificar um novo convento na cidade, junto da capelinha de Santa Catarina, projecto já nosso conhecido desde a referência histórica à igreja de Nossa Senhora do Carmo, momento em que ficámos a saber das andanças em que se envolveram os frades carmelitas até se decidirem a ficar, de vez, no convento da Tapada.

«Tapada de S. Miguel» porque no lugar onde o convento foi construído existia uma ermida da invocação de S. Miguel. A escassas centenas de metros, a poente, ficava a Horta de S. Miguel que, era cercada por valados (não se sabe se por isso se chamaria de S. Miguel da Tapada), porém, esta horta não devia pertencer ao convento (nos cadernos dos Usuais de 1683 aparece tributada -com o imposto da décima, donde se infere que não era explorada por religiosos, que dele estavam isentos). A horta dos frades do Carmo era, a Horta do Abril, situada um tanto a poente da Quinta da Suratesta - veio por isso a chamar-se, como ainda hoje, Horta dos Frades.

Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando os de religiosas, sujeitos aos respectivos bispos, até à morte do último, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.
Geographic name
Beja (convento, Beja, Beja, Portugal)
Custodial history
Em 1988, a documentação, que se encontrava na Direção de Finanças, Repartição da Tesouraria do Distrito de Beja foi incorporada no Arquivo Distrital de Beja.

A documentação foi sujeita a tratamento arquivístico, no início da década de 1990. O grupo de Arquivos Eclesiásticos encontrava-se dividido por cinco Grupos de Fundos. Cada um deles é composto pelos fundos conventuais, neles se incluem toda a documentação proveniente do respectivo cartório, aquando da sua extinção em 1834. O Grupo de fundos foi organizado por Ordens Religiosas e ordenados alfabeticamente.

No ano de 2012, no âmbito do regulamento do Concurso: “Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais 2012”, promovido e patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian, o Arquivo Distrital de Beja, apresentou a candidatura: “Projeto – Ordens Monástico-Conventuais no Baixo – Alentejo, 1415-1911”, processo n.º 123075, tendo a mesma sido aprovada. Esta candidatura possibilitou a mais recente intervenção arquivística possibilitando a descrição e digitalização.
Acquisition information
Incorporação proveniente da Direção de Finanças, Repartição da Tesouraria do Distrito de Beja em 1988.
Scope and content
Constituída por escrituras, inventários, livro da sacristia, livro de memórias, livro de capelas e os seus rendimentos, livro das fazendas, receita e despesa, breves apostólicos, ordens superiores, sentenças cíveis.
Arrangement
Organização em séries documentais correspondendo à tipologia formal dos actos.
Access restrictions
Comunicável, salvo os originais em mau estado de conservação.
Conditions governing use
Reprodução sujeita a restrições atendendo ao número, tipo de documento, estado de conservação e existência de cópia em formato digital. Sujeito à tabela emolumentar em vigor.
Language of the material
por (português)
Other finding aid
ARQUIVO DISTRITAL DE BEJA - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Beja: ADBJA, 2013- . Disponível no Sítio Web e no Portal português de Arquivos. Em actualização permanente.



INSTITUTO DOS ARQUIVOS NACIONAIS/TORRE DO TOMBO - "Ordens monástico-conventuais: inventário: Ordem de São Bento, Ordem do Carmo, Ordem dos Carmelitas Descalços, Ordem dos Frades Menores, Ordem da Conceição de Maria." Coord. José Mattoso, Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha. Lisboa: IAN/TT, 2002. XIX, 438 p. ISBN 972-8107-63-3.



Inventário artístico de Portugal : Distrito de Beja. Lisboa : Academia Nacional de Belas Artes, 1992. 2 vol : il ; 30 cm



Goes, Manuel Lourenço Casteleiro de, 1945- Beja : XX séculos de história de uma cidade / Casteleiro de Goes. - Beja : Câmara Municipal de Beja, 1999. - Vol. 2
Related material
Portugal, Arquivo Nacional Torre do Tombo.



Portugal, Arquivo Distrital de Beja, Direção de Finanças, Repartição da Tesouraria do Distrito de Beja.



Portugal, Biblioteca Nacional de Lisboa.



Portugal, Biblioteca Pública de Évora.
Creation date
18/01/2012 10:39:46
Last modification
23/01/2024 17:53:01